Glauber Rocha, figura emblemática e pioneira, foi um dos principais motores por trás do Cinema Novo, movimento que revolucionou o cinema brasileiro nos anos 60 e 70. Com uma visão crítica e inovadora, Rocha desafiou as convenções narrativas e estéticas da época, propondo um cinema que fosse ao mesmo tempo uma forma de arte e um instrumento de crítica social e política. Seus filmes, como "Deus e o Diabo na Terra do Sol" e "Terra em Transe", são considerados obras-primas não apenas no Brasil, mas internacionalmente, marcando profundamente a identidade do cinema nacional. Através de suas obras, Rocha conseguiu retratar a complexidade, as contradições e a riqueza cultural do Brasil, enquanto criticava as estruturas de poder e a desigualdade social. Sua famosa tese da "Estética da Fome" articulava a necessidade de um cinema que expressasse a realidade socioeconômica da América Latina, fazendo dele não apenas um cineasta, mas um teórico influente e uma voz vital na luta por justiça social. Glauber Rocha não apenas deixou um legado indelével no cinema brasileiro, mas também inspirou gerações de cineastas ao redor do mundo, consolidando seu papel como uma figura chave na história do cinema global. Conheça a seleção de nossos editores doos melhores livros sobre Glauber Rocha que não podem faltar na sua coleção.
Sertão mar: Glauber Rocha e a estética da fome é um clássico dos estudos cinematográficos brasileiros. Com ele, a obra de Glauber ganhou um nível de compreensão inédito, fundamentado agora, para além da sempre intuída genialidade do diretor, na análise minuciosa da forma de seus filmes, repassados a um só tempo em sua estrutura geral e em cada fotograma. Mas o que faz a têmpera deste livro é a combinação de close reading com a dinâmica sócio-política dos anos 1960 no Brasil, que inspirou movimentos como o Cinema Novo, do qual o diretor foi líder, além de manifestações semelhantes no teatro e na canção popular. Para melhor ressaltar a originalidade de filmes como Barravento (1962), a estreia de Glauber, e Deus e diabo na terra do sol (1964), que o situou imediatamente entre os grandes cineastas do século XX, Ismail Xavier estabelece um contraponto com O cangaceiro (1953) e O pagador de promessas (1962), duas produções brasileiras que também tiveram reconhecimento internacional, mas pela via inversa da adesão aos padrões hollywoodianos. A partir daí, entendemos porque Glauber Rocha tenha realizado como nenhum outro a fusão de cinema de vanguarda e o que ele mesmo chamou de estética da fome, transformando as precárias condições do Terceiro Mundo em motor da invenção e não em obstáculo para ela. Esta nova edição inclui em apêndice o posfácio de Leandro Saraiva à 2ª edição do livro (2007), o prefácio de Mateus Araújo à edição francesa (2008), e uma entrevista do autor a Vinicius Dantas realizada em 1983.
Criador e principal porta-voz do Cinema Novo, Glauber foi o realizador de filmes que inauguraram uma etapa no cinema e na cultura brasileiros, assim como um dos cineastas mais influentes na cinematografia mundial a partir dos anos 1960. E, neste livro, Humberto Silva nos apresenta as evidências concretas de uma parte importante da história de um cinema e de um país.
Glauber Rocha é conhecido como o visionário diretor brasileiro dos filmes marcantes Deus Negro, Diabo Branco, Terra em Transe e Antonio das Mortes. Até então praticamente desconhecido fora do Brasil é que ele também foi um brilhante crítico de cinema e pensador inovador do cinema mundial. On Cinema reúne pela primeira vez em língua inglesa uma seleção abrangente dos escritos cinematográficos de Rocha, revelando pela primeira vez aos leitores de língua inglesa todo o poder crítico, inventividade e visão de um grande cineasta. Os escritos de Rocha, dotados de entusiasmo crítico e humor, fornecem informações sobre momentos-chave da história do cinema, bem como sobre a política do cinema mundial. Aqui ele confronta destemidamente o establishment cinematográfico e debate com uma série de cineastas sagrados do panteão mundial. Estão incluídas as primeiras críticas de Rocha aos filmes brasileiros, manifestos marcantes como 'Uma Estética da Fome' e 'Uma Estética dos Sonhos', artigos sobre o desenvolvimento do Cinema Novo e sua crítica de cinema internacional, incluindo artigos sobre Charlie Chaplin, Orson Welles, James Dean, David Lean, John Huston, Stanley Kubrick, John Ford, Jean-Luc Godard, Pier Paolo Pasolini, Federico Fellini, Luis Bunuel, Luchino Visconti e Roberto Rossellini. A publicação On Cinema, editada pelo estudioso de cinema Ismail Xavier e em tradução especializada, é um evento editorial internacional.
A obra procura recuperar a trajetória dos anos de ouro do cineasta Glauber Rocha, tentando reconstituir sua juventude e trançando paralelos entre retrato de um cineasta considerado precoce para a sua geração, na aventura contra a monotonia cultural.
O primeiro volume da Coleção Glauberiana reúne a militância crítica do jovem Glauber Rocha (1939-1981) em artigos escritos no período 1958-1963. Eles focalizam desde o cinema pioneiro de Humberto Mauro e Mario Peixoto ao surgimento do Cinema Novo brasileiro, com a trilogia carioca de Nelson Pereira dos Santos, no final da década de 1950. Na orelha da primeira edição desta obra fundamental - há décadas esgotada e agora revista e enriquecida com 53 fotos e fortuna crítica -, o crítico e diretor Alex Viany registrou: "Agressivo, irreverente, brilhante sempre, e impiedoso quando necessário é derrubar os inimigos - e também os falsos valores, ídolos e mitos - que atravancam o desenvolvimento do cinema brasileiro, este livro (...) cumpre a promessa do título, marcando a maturidade da nova crítica cinematográfica".
Escrito na sequência dos artigos do primeiro volume desta série (Revisão crítica do cinema brasileiro) e após a finalização de A idade da Terra (1980), seu último longa-metragem, este livro tem duas partes distintas. Na primeira, Glauber ordena artigos publicados ao longo dos anos anteriores, transcreve debates e retoma entrevistas. Não falta o célebre artigo "Eztetyka da fome", primeira síntese sobre o cinema novo dirigida aos europeus, apresentado na Retrospectiva do Cinema Latino-Americano, em Gênova, em 1965. A segunda parte é uma reunião de reflexões e notas biográficas escritas em 1980, uma "memória afetiva" que se refere diretamente a personagens da vida cultural da época. Conforme o crítico Inácio Araújo: "Revolução do cinema novo não é, afinal, o livro de um santo, mas de um homem. Tem a marca de um dos maiores artistas brasileiros do século XX e também a sua impureza. Quase uma autobiografia de Glauber Rocha, é um livro-chave". Com prefácio do autor inédito em livro e artigo de Cacá Diegues escrito à época do cinema novo, a edição é totalmente ilustrada. Os textos passaram por rigorosa revisão e incluiu-se um índice onomástico.
Este é o terceiro volume da Coleção Glauberiana, que reúne a crítica cinematográfica de Glauber Rocha (1939-1981), juntamente com os títulos Revisão crítica do cinema brasileiro e Revolução do cinema novo. A reedição de O século do cinema, organizado pelo cineasta às vésperas de sua morte precoce, tem a novidade e o frescor de uma janela aberta sobre o presente da cultura nacional. Os artigos, escritos ao longo de vinte anos, dos primeiros passos nos jornais da Bahia, nos anos 1950, às reflexões do diretor mundialmente consagrado, nos falam do século do (e pelo) cinema com extremo entusiasmo e crítica, como num embate corpo a corpo com filmes e cineastas. Os textos compõem vastos painéis que passam em revista o cinema americano, ("Hollywood"), o italiano ("Neorrealismo", onde cabem alguns cineastas rebelados, como Eisenstein e Buñuel) e francês ("Nouvelle vague"). O livro inclui prefácio iluminador de Ismail Xavier, além de fortuna crítica com textos de Orlando Senna, Rogério Sganzerla, Paulo Leminski, José Carlos Avellar e Pedro Karp Vasquez, e ainda uma entrevista ao crítico português João Lopes, concedida em 1981.
Cinema Tricontinental de Glauber Rocha analisa os filmes menos conhecidos e mais enigmáticos do nosso maior cineasta: O Leão de sete cabeças, Cabeças cortadas, História do Brasil e Claro, lançados entre 1969 e 1975, nas condições adversas de um prolongado exílio entre Cuba, França e Itália. A atuação internacional de Glauber, delineada pela realização dos filmes, a publicação de inúmeros artigos e entrevistas em revistas europeias e latino-americanas e a participação em diversos festivais e congressos de cinema, ampliou significativamente o raio de ação do cineasta que já era, em fins dos anos 1960, a liderança inconstestável do Cinema Novo. Estas formas de ação consolidaram suas idéias e anseios, bem como explicitaram os impasses às suas expectativas diante da interlocução com cineastas e produtores de diversos países. A partir da análise das obras do exílio, Maurício Cardoso revela o ousado projeto estético e político de Glauber de um Cinema Tricontinental que pretendia integrar as cinematografias dos países subdesenvolvidos da América Latina, África e Ásia em nome da libertação do domínio econômico e cultural do imperialismo. Segundo o Autor, o Cinema Tricontinental fez convergir um programa político de unidade do Terceiro Mundo, uma criação estética pautada na incorporação da religiosidade popular e uma perspectiva de revolução social utópica e redentora. Este livro, dotado de um exemplar exercício de método, apreende com rigor as significações produzidas pela análise fílmica que reverberam sobre o entendimento dos processos históricos. Baseado nos trabalhos de Ismail Xavier, o Autor reconhece nos filmes, determinadas formas estéticas que sedimentam a matéria social, conduzindo a investigação pela teia complexa entre a interpretação das fontes de pesquisa e o entendimento sobre a formação social do país.
Glauber Rocha foi um artista com muitas contradições, expressas à sua maneira exaltada, polêmica. Dele houve quem dissesse: É um gênio que não se deve levar a sério, e também quem o admirasse por sua personalidade mágica. Amado ou detestado, admitido ou contestado, Glauber marcou época. Esse livro é uma reflexão sobre a vida e a obra de Glauber conduzida com glauberiana lucidez.
Este livro contextualiza e analisa os filmes que Glauber Rocha realizou em colaboração com produtores estrangeiros. Nesse período (1968-1975), que costuma ser definido como seu exílio, pois o cineasta se encontrava efetivamente ameaçado pelas forças de repressão da ditadura militar, Glauber trabalhou com equipes e elencos estrangeiros, em três continentes. Esses filmes são pouco conhecidos no Brasil, pois tiveram sua exibição truncada ou proibida pela censura da época, só vindo a ser exibidos muitos anos depois de sua realização. No entanto, essa parcela de sua obra monta um painel de questões que animavam o campo progressista em vários países e, como se examina no livro, com especial repercussão na América Latina. Além disso, o cineasta jamais perdeu o Brasil de vista; é o Brasil que retorna em cada um desses filmes, seja como alegoria ou como referência explícita. É um Brasil dos anos 1960 e 70 e que, espantosamente, ecoa em nossa contemporaneidade. Como tantos afirmaram, o Glauber artista-profeta parece continuar se manifestando entre nós.