Norbert Elias foi um importante sociólogo e filósofo que nasceu em 1897 e faleceu em 1990. Ele foi um dos principais teóricos da sociologia das figurações ou sociologia figuracional.. Sua abordagem inovadora influenciou profundamente o campo da sociologia e da filosofia. Nobert produziu uma vasta obra ao longo de sua vida, que inclui importantes obras como "O Processo Civilizador" e "A Sociedade de Corte". Suas contribuições foram fundamentais para a compreensão da dinâmica social e da história da humanidade. Seu legado continua a influenciar estudiosos em todo o mundo, inspirando novas gerações a pensar criticamente sobre a sociedade e as relações humanas. Conheça a seleção de nossos editores para os melhores Norbert Elias que não podem faltar na sua estante.
Nesta obra-prima fascinante e muito acessível, Norbert Elias analisa a história dos costumes, concentrando-se nas mudanças das regras sociais e no modo como o indivíduo as percebia, modificando comportamento e sentimentos. Elias buscou informações em livros de etiquetas e boas maneiras, desde o século XIII até o presente, para mostrar que nossos hábitos se colocam em um determinado estágio de uma evolução milenar. O autor prova que desde a Idade Média, em que o controle das pulsões era bastante reduzido, até os nossos dias, as classes dirigentes foram lentamente modeladas pela vida social, e a espontaneidade deu lugar à regra e à repressão na vida privada.
Esse livro constitui, ao lado de O processo civilizador, um dos alicerces sobre o qual se assenta o pensamento de Norbert Elias ― além de inaugurar uma importante vertente da sociologia e da história. Ao analisar a corte de Luís XIV, o Rei-Sol, e sua rigorosa estrutura fundamentada sobre símbolos de status e prestígio, tais como habitação e etiqueta, o autor estuda não um rei ou uma corte em particular, mas as relações sociais e suas interdependências. Numa notável síntese de erudição histórica e teoria sociológica, Elias demonstra que a sociedade de corte não é apenas uma curiosidade do passado, mas também uma rica fonte de dados para se compreender as sociedades atuais. "A sociedade de corte, praticamente concluído há mais de cinquenta anos, é um livro que ainda tem muito a nos ensinar. É preciso lê-lo, como os clássicos, inscrevendo-o em seu tempo e, simultaneamente, escutando-o no presente." Do prefácio de Roger Chartier.
omposto de três ensaios interrelacionados, esse livro aborda a relação entre a pluralidade de pessoas e a pessoa singular a que chamamos "indivíduo". O propósito de Norbert Elias, ao acoplar termos aparentemente antagônicos como sociedade e indivíduo, é promover a emancipação de um uso mais antigo, estabelecendo um novo modelo da maneira como os seres humanos individuais ligam-se uns aos outros numa pluralidade, ou seja, numa sociedade. Elias assinala que os indivíduos e a sociedade não são entidades estanques, mas apenas perspectivas diferentes de uma mesma instância. O cientista social ainda faz uma reflexão sobre as mudanças na maneira como a sociedade é compreendida, e até no modo como as pessoas que formam essas sociedades entendem a si mesmas: em suma, a auto-imagem e a composição social – aquilo que o autor chama habitus – dos indivíduos. A obra foi vencedora do prêmio europeu Amalfi de sociologia e ciências sociais em 1988.
Neste segundo volume, Norbert Elias examina as condições sociais, econômicas e políticas que provocaram mudanças na sociedade europeia, desde os tempos de Carlos Magno até o século atual. Baseando-se em grande volume de dados históricos, sociológicos e psicológicos, o autor formula uma originalíssima teoria sobre a formação do Estado. Esse verdadeiro clássico na historiografia sobre o tema é considerado por estudiosos de psicologia, sociologia e história uma das maiores obras interdisciplinares das últimas décadas.
A Busca da Excitação de Norbert Elias e Eric Dunning é um livro sobre o desporto e a violência. Trata-se de uma das análises mais originais das sociedades modernas. A teoria inovadora de Elias interpreta a transformação dos corpos dos indivíduos, permitindo relacionar um conjunto de processos históricos, como a monopolização do poder do Estado e o crescimento da divisão social do trabalho, com formas de autocontrolo pulsional que marcam cada vez mais a nossa relação com o quotidiano e o lazer.
Uma pesquisa de campo numa cidadezinha inglesa no final dos anos 1950 lança luz sobre os mais recentes debates sobre as relações de poder. Um valioso instrumento para a análise de questões de grande atualidade: violência, discriminação e exclusão social. Tardiamente consagrado como um dos cientistas sociais mais importantes do século XX, Norbert Elias vem tendo pouco a pouco sua grandiosa, e já clássica, obra publicada no Brasil pela Zahar. "A atualidade da reflexão de Norbert Elias em Os estabelecidos e os outsiders salta aos olhos. A importância deste livro se encontra no fato de sugerir (...) 'caminhos para criticar e reformular algumas das questões que organizam a agenda da ciência social contemporânea em torno de expressões como exclusão e violência.'" Cláudia Perrone-Moisés, Jornal da Tarde "Mesmo na ausência de tensões raciais, étnicas ou classistas as figuras de 'estabelecidos' e 'outsiders' ilustram os esquemas estruturais pelos quais vão tomando feição desigualdades entre grupos. (...) Louve-se a editora Zahar pelo projeto de traduzir a obra completa de Elias." Sérgio Miceli, Jornal de Resenhas, Folha de S. Paulo
A morte é um tabu enraizado nas sociedades ocidentais avançadas, e lidar com ela — e com os moribundos — representa dificuldades extremas para muitas pessoas. Este contundente ensaio de Elias analisa a morte e o ato de morrer e, mais importante, a reação dos vivos diante dessa realidade. Evitando o jargão filosófico, o autor aponta a grande contradição de nossa época: a morte tornou-se mais asséptica, mas a solidão dos moribundos aumentou. Os vivos não conseguem demonstrar-lhes afeto justamente quando este se faz mais necessário. Ao buscar entender o sentido da morte — e o sentimento que ela provoca —, Norbert Elias enriquece a discussão dos processos civilizadores e das bases de nossa sociedade. Este livro traz ainda a conferência "Envelhecer e Morrer", que aprofunda e enfatiza a constatação essencial de Elias de que "a morte é um problema dos vivos".
Nessa obra que aproxima a sociologia da filosofia, Norbert Elias sustenta que o tempo não existe em si mesmo - ao contrário do que afirmavam Kant ou Newton -, sendo antes de tudo um símbolo social, resultado de um longo processo de aprendizagem. Com que objetivo os homens sentiram necessidade de determinar o tempo? Como a consciência do tempo acabou por se tornar uma segunda natureza? Nessa vasta exploração do tempo ao longo das eras, Elias convida o leitor a refletir sobre um aspecto fundamental do "processo civilizador".
O livro traz à tona um Norbert Elias apaixonado por música. O cientista social aplica seu enorme poder de percepção ao caso de conflito trágico entre criatividade pessoal e uma sociedade que queria controlá-la. Na opinião de Elias, a música é indissoluvelmente ligada ao tipo de sociedade e à época em que ela é produzida. A obra apresenta, assim, uma bela descrição do relacionamento arte-sociedade no século XVIII, a partir do brilhante estudo sobre a vida e o gênio criativo de Wolfgang Amadeus Mozart.
Ao analisar o desenvolvimento social da Alemanha desde o século XVII até os dias de hoje, Norbert Elias investiga a personalidade, a estrutura social e o comportamento do povo alemão, lançando nova luz sobre a subida dos nazistas ao poder e sobre o Holocausto. O livro é enriquecido por comparações entre a Alemanha e os países onde o autor passou exilado grande parte de sua vida: França, Grã-Bretanha e Holanda. Elias estuda inicialmente episódios da história alemã como a devastação causada no século XVII pela Guerra dos Trinta Anos e a tardia unificação da Alemanha. Em seguida, o autor passa a analisar o enfraquecimento do controle do Estado na Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial e o surgimento das brigadas militares de voluntários dos Freikorps, desestabilizando a incipiente República de Weimar e contribuindo para a formação de um movimento terrorista que lutava pelo restabelecimento do autoritarismo. O autor sustenta que esses eventos, internacionalmente estigmatizantes, ocorreram como resultado de decisões tomadas num contexto de crise nacional por grupos dirigentes que desfrutavam de enorme apoio popular, especialmente entre as classes médias. Verdadeira "biografia" de uma sociedade, Os alemães reafirma todo o brilhantismo e originalidade dos outros trabalhos de Norbert Elias.