Antonio de Góes e Vasconcellos Prata é um escritor, cronista e roteirista brasileiro. Em 2012, foi incluído na edição brasileira da revista Granta como um dos vinte melhores escritores nacionais com menos de 40 anos. Escreve aos domingos no caderno Cotidiano da Folha de S. Paulo e é roteirista e autor contratado pela Rede Globo, onde colaborou nas novelas Bang Bang, de seu pai Mário Prata e Carlos Lombardi e também Avenida Brasil e A Regra do Jogo, ambas de João Emanuel Carneiro. Em 2015 escreveu o piloto da série "Os Experientes", dirigido por Kiko e Fernando Meirelles. "Os Experientes" venceu o prêmio APCA de melhor série de televisão e foi finalista do Emmy Awards. Em novembro de 2013, publicou o livro de contos e crônicas semi-memorialísticas Nu, de botas, pela editora Companhia das Letras.
Em Nu, de botas, Antonio Prata revisita as passagens mais marcantes de sua infância. As memórias são iluminações sobre os primeiros anos de vida do autor, narradas com a precisão e o humor a que seus milhares de leitores já se habituaram na Folha de S.Paulo, jornal em que Prata escreve semanalmente desde 2010. Aos 36 anos, Prata é o cronista de maior destaque de sua geração e um dos maiores do país. São de sua lavra alguns bordões que já se tornaram populares - como “meio intelectual, meio de esquerda”, título de seu livro anterior e de um seus textos mais célebres -, bem como algumas das passagens mais bem-humoradas da novela global Avenida Brasil, em que atuou como colaborador de João Emanuel Carneiro. Prata também é um dos integrantes da edição Os melhores jovens escritores brasileiros, da revista inglesa Granta. As primeiras lembranças no quintal de casa, os amigos da vila, as férias na praia, o divórcio dos pais, o cometa Halley, Bozo e os desenhos animados da tevê, a primeira paixão, o sexo descoberto nas revistas pornográficas - toda a educação sentimental de um paulistano de classe média nascido nos anos 1970 aparece em Nu, de botas. O que chama a atenção, contudo, é a peculiaridade do olhar. Os textos não são memórias do adulto que olha para trás e revê sua trajetória com nostalgia ou distanciamento. Ao contrário, o autor retrocede ao ponto de vista da criança, que se espanta com o mundo e a ele confere um sentido muito particular - cômico, misterioso, lírico, encantado.
Mais que qualquer escritor em atividade, Antonio Prata é cultor do gênero -consagrado por gigantes do porte de Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino e Nelson Rodrigues - que fincou raízes por aqui: a crônica. Pode ser um par de meias, uma semente de mexerica, uma noite maldormida, a compra de um par de óculos, a tentativa de fazer exercícios abdominais. Quanto mais trivial o ponto de partida, mais cheio de sabor é o texto, mais surpreendente é a capacidade de extrair sentido e lirismo da aparente banalidade. Trinta e poucos traz crônicas selecionadas pelo próprio autor a partir de sua coluna na Folha de S.Paulo. Um mosaico com os melhores textos do principal cronista do Brasil.
Coleção de crônicas que confirmam o talento com que este jovem escritor vem se destacando na atual cena literária brasileira. Nas palavras de Davi Arrigucci, "Antonio Prata, com olhar incisivo e verve ferina, se revela não apenas um mestre lapidar de seu ofício, capaz de dizer tudo em dois dedos de prosa, sem perder a leveza, mas sobretudo um notável cronista do absurdo, das miudezas malucas do cotidiano".
A inteligência e o bom humor de Prata ajudam a nos manter de cabeça erguida em meio ao caos político do dia a dia. Por quem as panelas batem reúne crônicas políticas publicadas por Antonio Prata na Folha de S.Paulo de junho de 2013 a fins de 2021. "São instantâneos ou esquetes do desmantelo social e político da última década" que compõem uma espécie de "diário da queda", como define o autor. Em suas palavras, os textos trazem "um olhar pessoal, subjetivo, com todos os recortes, vantagens e limitações do ponto em que me encontro no tecido social". Além da perspicácia inigualável para revelar as misérias de nossa experiência contemporânea, o autor mantém uma espécie de militância renitente em defesa da poesia do cotidiano e do maravilhoso potencial da sociedade brasileira. Em seus textos, oscila entre o pavor pessimista e o otimismo de acreditar que o descalabro representado pelo bolsonarismo é "o grunhido do velho mundo, agonizante, sendo arrastado para o passado". Relê-los em conjunto, e com o benefício do distanciamento temporal, é tão prazeroso quanto iluminador.
“Todo dia bem cedinho a Luiza acorda, tira o pijama e veste a roupa. Ela veste a calcinha, veste a calça, veste a meia, veste a camiseta, veste o casaco e veste o... Jacaré! Jacaré? Não! Jacaré não é roupa, jacaré é bicho! Que maluco!”. Com uma narrativa simples, o cronista Antonio Prata provoca o riso ao descrever cenas que seriam corriqueiras, não fosse a curiosa presença de um jacaré. A experiência com seus dois filhos pequenos fez o autor se perguntar sobre o que gera o riso nas crianças, descobrindo que o aparecimento de um elemento estranho em uma enumeração de objetos familiares causa esse efeito. Daí surgiu seu livro infantil que brinca com a ideia de um jacaré, elemento estranho, aparecer enquanto os pequenos realizam atividades cotidianas, como tomar banho e ir à escola. A narrativa vem acompanhada de ilustrações criativas.
Lina gosta de muitas coisas, mas o que mais ama é tomar banho. Um dia, ela propõe a seus pais morar no chuveiro. Como seria isso? Numa conversa entre muito séria e muito engraçada, a família imagina uma vida no chuveiro: como vai dormir? como vai jantar? como vai pra escola? Os pais querem tirá-la do banho e ela tem mil argumentos para ficar. A conversa vai longe, até que algo interrompe a fantasia.
Escrito por Antonio Prata e ilustrado por Talita Hoffmann, a mesma dupla de "Jacaré, não!", o livro é um mergulho no universo da linguagem. O autor propõe uma brincadeira: procurar palavras dentro de palavras. Com um texto bem sacado, e ilustrações super imaginativas, o livro convida, com muito humor, crianças e adultos a pensar e tomar consciência da composição das palavras em português. Um exercício que, aliás, continua fora do livro, depois que se acaba a leitura. O livro é ainda um prato cheio para educadores, pois trata de maneira lúdica de um tema teórico clássico da linguística de Ferdinand de Saussure: a arbitrariedade do signo linguístico, isto é, o fato de que a relação entre o som (significante) e o sentido (significado) de uma palavra é arbitrária, um acaso. O livro dá uma excelente atividade escolar e brincadeiras linguísticas cotidianas em casa. Indicado para crianças de 5 a 11 anos.
Adulterado reúne algumas das crônicas que Antonio Prata publicou durante alguns anos na revista Capricho, tentando de alguma maneira dividir com as garotas suas reflexões a respeito dessa experiência assustadora que é tornar-se adulto. Sem jamais subestimar suas leitoras adolescentes, o autor fala de maneira bastante honesta e direta de temas como sexo, amor, masturbação, morte, suicídio, Deus, sem em momento algum cair na tentação de oferecer mensagens edificantes no estilo dos livros de auto-ajuda. É como se ele repetisse às suas leitoras: é o seguinte, não há saída fácil e rápida para as coisas, a vida é inacreditavelmente difícil, prega peças e a gente quebra a cara muitas vezes, mas é possível encontrar beleza no meio disso tudo. Enquanto os filmes americanos repetem a ladainha de que se você lutar de verdade por aquilo que deseja, as portas se abrem e você realiza seus sonhos", Antonio Prata nos diz que não, que às vezes dá tudo errado mesmo e a derrota é estrondosa - e que às vezes é fundamental chutar o balde, desistir de tudo e chegar no fundo do poço para finalmente descobrir o que queremos de verdade."
Existe vida após a morte? Por que as pessoas põem faixas para Santo Expedito? Você já viu filhote de pomba? Eva tinha celulite? Qual o sentido da vida? Essas são algumas das questões por vezes banais outras fundamentais que Antonio Prata leva aos leitores da revista Capricho quinzenalmente há mais de dois anos. Esses textos profundos e engraçados aqui reunidos agora estão à disposição de todos os leitores e podem sem nenhuma pretensão por parte do autor mudar definitivamente suas vidas.
Uma bicicleta, uma pipa e uma amizade que pode ser a chave para alcançar um sonho que parecia muito distante de se tornar realidade