Os livros de João Tordo são conhecidos por suas narrativas profundas e introspectivas, mesclando mistério, drama e uma forte análise psicológica dos personagens. O escritor português, que ganhou destaque no cenário literário contemporâneo, tem uma escrita marcada pela reflexão sobre temas como identidade, solidão, memória e o impacto das escolhas humanas. Sua obra mais famosa, "As Três Vidas", vencedora do Prêmio Literário José Saramago, exemplifica bem seu estilo envolvente, em que o autor constrói tramas complexas, recheadas de suspense e elementos filosóficos. Tordo também se destaca por criar personagens que enfrentam dilemas existenciais e histórias que frequentemente tocam em questões da condição humana. Livros como "O Bom Inverno" exploram narrativas intricadas, com reviravoltas e desfechos inesperados. Ao escolher uma obra de João Tordo, o leitor deve estar preparado para mergulhar em uma leitura rica em simbolismos, com uma linguagem elaborada e ritmos narrativos que muitas vezes exigem uma leitura atenta e cuidadosa. Ideal para quem aprecia romances literários que combinam mistério, intensidade emocional e uma escrita elegante.
Numa estrada da Galiza, na Espanha, dois amigos atropelam um javali. Enquanto resolvem os trâmites burocráticos, o poeta mexicano Saldaña Paris pede ao companheiro de viagem, um professor universitário, que leia um manuscrito deixado por Teresa, sua ex-mulher e grande paixão de sua vida. A leitura dessa intrigante herança vai levar o professor a tentar entender não só a origem da tristeza do amigo, mas a reconstituir a então fragmentada história desses amantes. O que ele não imaginava, porém, era que as páginas também seriam capazes de mudar a sua vida. Neste romance magistral, o jovem português João Tordo escreve sobre o amor, os desejos, as obsessões e as marcas indeléveis das relações que construímos ao longo da vida. Um trabalho profundo que o consolida como uma das novas vozes da literatura portuguesa contemporânea.
1892, Baviera. Lisbeth Lorentz, uma professora de piano, apaixona-se por um aluno de treze anos que sofre de autismo. Ao descobrir que ele é um prodígio, instiga-o a compor um concerto durante as aulas e, um dia, sem explicação, fá-lo desaparecer. 1991, Lisboa. Beatriz, uma estudante universitária - que sonha com a mãe falecida -, envolve-se com o autor d'A História do Silêncio, um romance sobre Lisbeth Lorentz. Ao mesmo tempo, enquanto voluntária num abrigo para mendigos, Beatriz conhece Lia, uma adolescente com um passado incógnito e um presente destruído. 1973, Londres. Graça Boyard, portuguesa, dá à luz a primeira e única filha. Fugida de Lisboa para escapar à tirania do pai e à mordaça da ditadura, regressa à capital após a Revolução, tornando-se uma actriz de renome - e abandonando a filha ainda criança. 2015, Lisboa. No consultório de uma terapeuta, Lia Boyard desfia a sua história, dos anos de mendicidade ao momento em que decide procurar a mãe. É aqui que começam a unir-se as pontas da história de quatro mulheres, que atravessam um século e diferentes geografias, unidas por uma força que transcende a própria vida. Um livro a quatro vozes sobre o poder do amor e o vazio da perda, que guarda para o final uma revelação chocante, a reviravolta que faz deste romance de João Tordo uma narrativa magnética.
Que segredos cercam a vida de Antônio Augusto Millhouse Pascal um velho senhor que se esconde do mundo num casarão de província acompanhado de três netos insolentes um jardineiro soturno e um rol de clientes tão abastados e influentes quanto perigosos e loucos? São estes mistérios que o narrador — um rapaz de família modesta — procurará desvendar durante mais de um quarto de século não podendo adivinhar que o emprego que lhe é oferecido por aquela estranha personagem virá a se tornar uma obsessão que acabará consumindo a sua própria vida. Passando pelo Alentejo por Lisboa e por Nova Iorque em plenos anos 80 e cruzando a história sangrenta do século XX com a das personagens 'As três vidas” é simultaneamente uma viagem de autodescoberta através do 'outro” e a história da paixão do narrador por Camila a neta mais velha de Millhouse Pascal e do destino secreto que a aguarda; que estará tal como o do avô inexoravelmente ligado à sorte de um mundo que ameaça a qualquer momento resvalar da corda bamba em que se sustenta.
14 de Setembro de 1998. O dia em que Chatlam, uma pequena vila americana, acordou em choque com o homicídio de Noah Walsh. O principal suspeito: a sua filha de dezasseis anos. No Verão de 1987, o adolescente Pedro Taborda apaixona-se por Laura Walsh, a filha mais velha de um magnata nova-iorquino. Ela e Levi - uma criança misteriosa - passam férias com os pais no Lagoeiro, uma pacata cidade algarvia. Rica e moderna, a família Walsh tem tudo para dar muito nas vistas no sul de Portugal. Inebriado pelas formas perfeitas e pelos modos ousados de Laura, Pedro encontra na rapariga americana o seu primeiro amor. Mas quando o Verão acaba, a família Walsh regressa aos Estados Unidos e o destino fica por cumprir. Dez anos depois, Pedro, decidido a tornar-se escritor, vai estudar para Nova-Iorque. Fascinado com Gary List, antigo prodígio das letras americanas, chega aos Estados Unidos determinado a perseguir os sonhos da juventude. Ao reencontrar Laura, está longe de suspeitar que esse acaso o mergulhará no crime mais falado dos anos noventa, o homicídio do milionário Noah Walsh. Com um segundo homicídio a atrapalhar a investigação e uma corrida para salvar Levi, de apenas dezasseis anos, acusada de matar o pai, Pedro e Laura enredam-se irremediavelmente na teia de segredos que envolve a família Walsh, desde os anos quarenta do século XX até ao impensável desfecho nas primeiras décadas do novo milénio. Porque em Chatlam - e neste thriller imparável - nada é o que parece.
Quando o narrador, um escritor prematuramente frustrado e hipocondríaco, viaja até Budapeste para um encontro literário, está longe de imaginar até onde a literatura o pode levar. Coxo, portador de uma bengala, e planeando uma viagem rápida e sem contratempos, acaba por conhecer Vincenzo Gentile, um escritor italiano mais jovem, mais enérgico, e muito pouco sensato, que o convence a ir da Hungria até Itália, onde um famoso produtor de cinema tem uma casa de província no meio de um bosque, escondida de olhares curiosos, e onde passa a temporada de Verão à qual chama, enigmaticamente, de O Bom Inverno. O produtor, Don Metzger, tem duas obsessões: cinema e balões de ar quente. Entre personagens inusitadas, estranhos acontecimentos, e um corpo que o atraiçoa constantemente, o narrador apercebe-se que em casa de Metzger as coisas não são bem o que parecem. Depois de uma noite agitada, aquilo que podia parecer uma comédia transforma-se em tragédia: Metzger é encontrado morto no seu próprio lago. Porém, cada um dos doze presentes tem uma versão diferente dos acontecimentos. Andrés Bosco, um catalão enorme e ameaçador, que constrói os balões de ar quente de Metzger, toma nas suas mãos a tarefa de descobrir o culpado e isola os presentes na casa do bosque. Assustadas, frágeis, e egoístas, as personagens começam a desabar, atraiçoando-se e acusando-se mutuamente, sob a influência do carismático e perigoso Bosco, que desaparece para o interior do bosque, dando início a um cerco. E, um a um, os protagonistas vão ser confrontados com os seus piores medos, num pesadelo assassino que parece só poder terminar quando não sobrar ninguém para contar a história.
Ao perder tudo, um homem isola-se no silêncio de um apartamento londrino, e a sua vida começa a ser comandada pela voz de um desconhecido ao telefone; um casal fica, de um momento para o outro, soterrado nos escombros de uma casa destruída pela guerra durante o blitz alemão sobre Londres; um estudante vítima de insónia mergulha num mundo de irrealidade permanente, temendo o ameaçador vizinho do quarto contíguo; um médico mórbido constrói uma máquina de tortura num hospital isolado da costa de Brighton. Os segredos por revelar de todas estas personagens perpassam num romance cheio de enigmas e vozes e criam uma atmosfera de suspense e claustrofobia que faz de cada página um passo expectante na direcção de uma escuridão cada vez maior, de um desenlace ao mesmo tempo macabro e romântico.Com ecos de Kafka e de Auster e influências do novo conto gótico, O Livro dos Homens sem Luz revisita os clássicos da literatura de mistério - de Wilkie Collins a Edgar Allan Poe -, oferecendo-lhes um espaço peculiar no qual o autor entrega o destino das personagens a si próprias.
Um jornalista português insensato e ambicioso quer provar para seu editor - um comunista irascível, alcoólatra e com bastante desprezo pelos jovens - que não é só mais um na redação. Escolhido para ir a Berlim entrevistar o biógrafo de um mártir religioso, aproveita a deixa para fazer, em seu artigo, uma analogia com a história de Catarina Eufémia, a camponesa que se tornou um ícone do Partido Comunista, mas de quem, na verdade, pouco ou nada sabe. Quando, porém, o artigo é publicado, as reações de indignação por parte dos leitores não demoram, algumas, inclusive, bastante ameaçadoras. E, na noite em que o editor é encontrado na rua em coma, aparentemente brutalizado, o jornalista se pergunta se não foi por defender publicamente seu artigo e começa a suspeitar que existe muito mais em jogo do que a simples memória de uma camponesa assassinada durante a ditadura.
Uma história de amor e assombração nas décadas que transformaram Portugal. PRÉMIO LITERÁRIO FERNANDO NAMORA - ESTORIL SOL 2021 FINALISTA DO GRANDE PRÉMIO DE ROMANCE APE - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE ESCRITORES Lisboa, 1973 Nas vésperas da revolução, um rapaz de dezassete anos, filho de um pai conservador e de uma mãe liberal, cai de amores por Felicidade, colega de escola e uma de três gémeas idênticas. As irmãs Kopejka são a grande atracção do liceu: bonitas, seguras, determinadas, são fonte de desejos e fantasias inalcançáveis. Respira-se mudança -a Europa a libertar-se das suas ditaduras e Portugal a despedir-se da velha ordem - e vive-se a promessa da liberdade, com todos os seus riscos e encantos. É neste tempo e neste mundo, indeciso entre tradição e modernidade, que o nosso narrador cai num abismo pessoal. A primeira noite de amor com Felicidade acaba de forma trágica, e o jovem vê-se enredado na malha inescapável das trigémeas Kopejka, três Fúrias que não tem poderes para controlar. À semelhança de uma tragédia grega, o herói encontra-se subjugado por forças indomáveis, preso entre dois mundos. Um romance enfeitiçante, repleto de ironia e humor, de remorso e melancolia, em que João Tordo aborda os temas do amor e da morte, e das pulsões humanas que os unem.
Aos catorze anos, Matias Fluss é um adolescente preocupado com três coisas: o sexo, um tio enlouquecido e as fábulas budistas. Vive com a mãe e a irmã mais velha, Cecilia, numa espécie de ninho onde lambe as feridas da juventude: a primeira paixão, as dúvidas existenciais, os conflitos de afirmação. Sempre que sente o copo a transbordar, refugia-se na cabana isolada do tio Elias. Cedo, contudo, a inocência lhe será arrancada. Ao virar da esquina, encontra-se o golpe mais duro da sua vida: o desaparecimento súbito de Cecilia que, afundada numa paixão por um homem desconhecido, é vista pela última vez a saltar de uma ponte. Muito mais tarde, Matias será obrigado a revisitar a dor, quando a sua pacata vida de professor universitário é interrompida por uma carta vinda das sombras do passado, lançando a suspeita sobre o que aconteceu realmente à sua irmã — sem saber ainda que regressar ao passado poderá significar, também, resgatar-se a si mesmo. No final desta trilogia dos lugares sem nome, iniciada com O luto de Elias Gro, João Tordo explora, através de personagens únicas e universais, numa geografia singular, os temas da memória e do afecto, do amor e da desolação, da vida terrena e espiritual, procurando aquilo que com mais força nos liga aos outros e a nós próprios.
Segundo romance de João Tordo, autor vencedor do prémio José Saramago, Hotel Memória é simultaneamente um romance de mistério e um livro de aventuras. Inspirado pela ficção de Edgar Allan Poe e Herman Melville, é uma obra intrigante e comovente, que enfrenta os fantasmas da memória, da culpa e da redenção ao mesmo tempo que interroga o que faz de nós o que somos.