Moacyr Jaime Scliar foi um renomado escritor brasileiro, nascido em Porto Alegre em 1937, cuja obra é vasta e diversificada, abrangendo romances, contos e crônicas. Médico de formação, Scliar frequentemente entrelaçava suas experiências no campo da saúde com suas narrativas, explorando a complexidade da condição humana. Seu estilo é marcado por uma mistura de realismo mágico, ironia e um profundo senso de justiça social, aspectos que conferem uma textura única a suas histórias. Conheça a seleção de nossos editores dos melhores livros de Moacyr Jaime Scliar que você precisa conhecer.
No interior do Rio Grande do Sul, na pacata família Tratskovsky, nasce um centauro: um ser metade homem, metade cavalo. Seu nome é Guedali, quarto filho de um casal de imigrantes judeus russos. A partir desse evento fantástico, Moacyr Scliar constrói um romance que se situa entre a fábula e o realismo, evidenciando a dualidade da vida em sociedade, em que é preciso harmonizar individualismo e coletividade. A figura do centauro também ilustra a divisão étnica e religiosa dos judeus, um povo perseguido por sua singularidade. Guedali cresce solitário, excluído da sociedade. Numa narrativa provocadora, ele rememora sua vida desde o nascimento em Quatro Irmãos, passando pela juventude em Porto Alegre, até chegar ao Marrocos.
A mulher que escreveu a Bíblia é um pequeno romance em que se fundem as três maiores qualidades do gaúcho Moacyr Scliar: a imaginação, o humor e a fluência narrativa.Ajudada por um ex-historiador que se converteu em "terapeuta de vidas passadas", uma mulher de hoje descobre que no século X antes de Cristo foi uma das setecentas esposas do rei Salomão - a mais feia de todas, mas a única capaz de ler e escrever. Encantado com essa habilidade inusitada, o soberano a encarrega de escrever a história da humanidade - e, em particular, a do povo judeu -, tarefa a que uma junta de escribas se dedica há anos sem sucesso. Com uma linguagem que transita entre a elevada dicção bíblica e o mais baixo calão, a anônima redatora conta sua trajetória, desde o tempo em que não passava de uma personagem anônima, filha de um chefe tribal obscuro.Moacyr Scliar recria o cotidiano da corte de Salomão e oferece novas versões de célebres episódios bíblicos. Em sua narrativa, repleta de malícia e irreverência, a sátira e a aventura são matizadas pela profunda simpatia do autor pelos excluídos de todas as épocas e lugares. Prêmio Jabuti 2000 de Melhor Romance
Para além das notícias de jornal Casal se divorcia após descobrir que marido e mulher flertavam pela internet (um com o outro); cartão de Natal postado em 1914 chega a seu destino 93 anos depois; British Airways se desculpa por colocar cadáver na primeira classe; Polícia Federal apreende 250 kg de cabelos que entraram ilegalmente no Brasil; Britânico descobre que a namorada tinha um amante graças às indiscrições de um papagaio. Você acha que essas manchetes são falsas ou verdadeiras? Totalmente verdadeiras. Nada mais impactante do que a própria realidade. Moacyr Scliar, de posse desse material extraído da Folha de S.Paulo, manteve uma coluna por quase duas décadas no próprio jornal, onde exercitou o ofício de escritor: seus relatos começavam onde a notícia terminava. Ao desafiar a fronteira entre realidade e ficção, encontrou histórias esperando para serem contadas. Esta seleção reúne 54 crônicas, fruto da combinação do inusitado da vida com o encantamento da literatura.
Neste livro, Moacyr Scliar reúne e comenta trechos de textos que, ao longo da história, registraram opiniões e fatos relativos à doença e à cura. Ao fazê-lo, com a acuidade de sempre e o humor contido que caracteriza sua prosa, resgata momentos privilegiados que assinalaram a trajetória da medicina e da luta do ser humano contra a doença. A história da medicina é uma história de vozes. As vozes misteriosas do corpo: o sopro, o sibilo, o borborigmo, a crepitação, o estridor. As vozes inarticuladas do paciente: o gemido, o grito, o estertor. As vozes articuladas do paciente: a queixa, o relato da doença, as perguntas inquietas. A voz articulada do médico: a anamnese, o diagnóstico, o prognóstico. Vozes que falam da doença, vozes calmas, vozes revoltadas. Vozes que se querem perpetuar: palavras escritas em argila, em pergaminho, em papel. Vozerio, corrente ininterrupta de vozes que flui desde tempos imemoriais
A expulsão dos vendilhões do Templo de Jerusalém - relatada em poucas linhas do Evangelho de São Mateus - é o ponto de partida para uma narrativa original, que se desdobra em três épocas: 33 d.C., 1635 e os nossos tempos. Na primeira parte, ambientada na Jerusalém da época de Cristo, o episódio bíblico é visto pela ótica de um dos vendilhões, camponês arruinado que chegou à cidade em busca de melhores dias e descobriu no comércio do Templo o trampolim para projetos mirabolantes. A trajetória de Cristo é vista indiretamente pelo olhar desse seu obscuro contemporâneo, e a vida cotidiana na Terra Santa é descrita com humor e vivacidade. Na segunda parte da obra, a narrativa dá um salto no tempo e no espaço. Em 1635, Nicolau, um jovem padre, chega a uma pequena missão jesuítica do sul do Brasil e se vê envolvido numa situação angustiante: com a morte súbita do sacerdote que dirigia a missão, torna-se responsável por uma comunidade indígena cujo idioma não fala. Um forasteiro se oferece como intérprete, mas em pouco tempo seu caráter suspeito se manifesta. A terceira parte do livro - a final - se passa nos dias de hoje, na cidade surgida a partir da aldeia jesuítica. A esquerda comemora a conquista da prefeitura. Um assessor de imprensa testemunha essas mudanças ao mesmo tempo em que, com ex-colegas de colégio, relembra a peça teatral encenada pelo grupo na infância, tendo como tema o episódio da expulsão dos vendilhões do Templo. As três histórias se entrelaçam e se iluminam umas às outras, desdobrando de maneira inesperada o núcleo temático do episódio bíblico, com diversas possibilidades cômicas e dramáticas e focalizando suas implicações morais. A exemplo do que fez no premiado A mulher que escreveu a Bíblia, Scliar parte da narrativa bíblica para traçar um painel muito pessoal e bem-humorado dos dilemas de nosso tempo.
Neste volume de crônicas originalmente publicadas no jornal Zero Hora, o leitor encontrará a sensibilidade de Moacyr Scliar a serviço da cultura, história e memória do povo judaico. Literatura, cinema, política, humor ― nada escapa ao olhar arguto de um dos grandes nomes da literatura brasileira. Com a honestidade intelectual que lhe é característica, Scliar alia suas aspirações políticas a uma afirmação radical da tolerância. O médico e escritor, que completaria oitenta anos em 2017, contrapõe sua reflexão desapaixonada à barbárie dos fatos, mirando sem rodeios uma defesa fervorosa da paz, tão esclarecedora quanto necessária em nossos tempos.
Artuzinho e seus amigos decidiram transformar a Casa Verde, um lendário casarão abandonado na cidade de Itaguaí, em clube. O local abrigara um hospício no século XIX e inspirou Machado de Assis a escrever O alienista. No interior do casarão, os garotos percebem algumas coisas estranhas: o local está limpo e, aparentemente, alguém mora ali. Para descobrir o que está contecendo, os meninos terão de recorrer ao conto de Machado de Assis e nele encontrarão uma profunda reflexão sobre loucura, autoridade e poder.
Tato e seus amigos da faculdade participam de um concurso de vídeo filmando o clássico O Guarani, de José de Alencar. Para isso, estudam a obra com afinco e a comparam com a atualidade.
A missão do jovem Caco, expert em informática, é encontrar o hacker que está invadindo os computadores da prefeitura. O sabotador se inspira em Triste fim de Policarpo Quaresma para projetar seus ataques.
Tato e seus amigos da faculdade participam de um concurso de vídeo filmando o clássico O Guarani, de José de Alencar. Para isso, estudam a obra com afinco e a comparam com a atualidade.