Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho foi um poeta, crítico literário e de arte, professor de literatura e tradutor brasileiro. É considerado como parte da geração de 1922 do modernismo no Brasil. Seu poema "Os Sapos" foi o abre-alas da Semana de Arte Moderna. Juntamente com escritores como João Cabral de Melo Neto, Gilberto Freyre, Clarice Lispector e Joaquim Cardozo, entre outros, representa o melhor da produção literária do estado de Pernambuco. Os temas abordados por Bandeira são amplos e variados. Dentre os temas constantemente presentes, estão o erotismo, o pessimismo e a morte, dentre tantos outros. A despeito de ser ateu, temas como a mística cristã aparecem em sua poesia, ao lado de uma poesia voltada ao amor libertino e ao desejo carnal, por exemplo.
Organizada pelo crítico literário e ensaísta André Seffrin, esta edição traz em seu primeiro volume todos os livros de poesia de Bandeira já publicados, ao lado de textos escritos em sua homenagem, uma alentada fortuna crítica sobre sua produção poética e um segmento bastante ampliado do teatro poético traduzido pelo autor, o qual havia sido parcialmente publicado na primeira edição da Aguilar, de 1958. No segundo volume, os leitores tem à sua disposição uma seleção bem representativa da inigualável prosa do escritor. Destacam-se aqui, além de importantes textos de fortuna crítica acerca da prosa de Bandeira, os livros de crônica mais célebres do escritor: Crônicas da província do Brasil, Flauta de papel e Andorinha, andorinha. Cumpre sublinhar ainda a presença neste volume de Itinerário de Pasárgada (reflexão autobiográfica de Bandeira), de seu famoso Guia de Ouro Preto e de uma compilação de seus principais escritos no campo da crítica literária e de artes.
Organizada pelo próprio Manuel Bandeira em 1961, esta "Antologia poética" traz o conflito entre o moderno e o canônico, as brincadeiras com os temas da vida e da morte e a sua extrema sensibilidade aliada a um domínio técnico apurado. Segundo os estudiosos, Manuel Bandeira, em sua poesia, abandonou o tom retórico de seus predecessores e usou a fala coloquial para tratar, com objetividade e humor, de temas triviais e eventos do dia a dia. Apesar de sua refinada sensibilidade, que remonta aos clássicos portugueses, o autor era capaz, também, de se fascinar com o insólito e o corriqueiro.
A liberdade formal é uma das grandes marcas de "Libertinagem". Entre outros, dele consta dois poemas essenciais: “Vou-me embora pra Pasárgada” e “Pneumotórax”, que se enraizaram na alma de gerações de leitores e firmaram o nome de Manuel Bandeira como o irônico poetas das coisas simples.
Este box é um verdadeiro passaporte para o melhor da poesia do habitante de Pasárgada. Com 5 volumes - "A cinza das horas"; "Belo belo"; "Estrela da manhã"; "Estrela da tarde"; e o clássico "Libertinagem" - a coletânea reúne obras importantes de Manuel Bandeira. Nascido no Recife em 19 de abril de 1886, Manuel Bandeira é considerado um dos maiores poetas da língua portuguesa, tendo se destacado também como cronista, professor, tradutor, ensaísta, crítico de literatura e de artes plásticas. Estreou em 1917 com "A cinza das horas", seguido de dezenas de outros livros essenciais da poesia brasileira, como "Libertinagem", "Estrela da manhã", "Estrela da tarde" e outros.Bandeira residiu a maior parte de sua vida no Rio de Janeiro. Amigo de vários participantes da Semana de Arte Moderna de 1922, principalmente de Mário de Andrade e Ribeiro Couto, manteve com alguns deles uma vasta correspondência, como se vê em seu livro Itinerário de Pasárgada. Em 1940, foi eleito membro da Academia Brasileira de Letras, instituição que atualmente preserva sua biblioteca pessoal.
Meus poemas preferidos foi publicado pela primeira vez em 1966, com seleção feita pelo próprio poeta. Nesta antologia, Manuel Bandeira resgata suas criações prediletas. Assim, o autor de “Poema do beco”, “Os sapos”, “Vou-me embora pra Pasárgada”, “Evocação do Recife”, “Pneumotórax”, “Porquinho-da-índia” e de tantos outros poemas que mudaram os rumos da literatura brasileira, reúne uma seleção que traz o essencial e a diversidade de sua produção em verso. E nos presenteia também com algumas traduções de poetas estrangeiros de seu maior afeto. Ao reunir neste livro os frutos preferidos de sua arte, Bandeira apresenta a todos os seus antigos e novos leitores uma ocasião especial para que se possa conhecer sempre mais e melhor de sua vasta e prodigiosa obra poética.
Em "Estrela da Manhã", Manuel Bandeira rompe com o passado, expressando seu desagrado com os valores que a poesia tradicional havia consagrado. Ele nos convida a olhar o horizonte onde surge a estrela da manhã e nos guia pela beleza e o encantamento das coisas cotidianas que residem em cada um dos seus versos.
No poema Os sinos, Manuel Bandeira revela sua capacidade de trabalhar a sonoridade e o ritmo das palavras e transformar o significado das coisas mais simples do cotidiano em lirismo de alta qualidade literária. Sino de Belém,/ Sino da Paixão…/ Sino de Belém,/ Sino da Paixão… / Sino da Paixão, pelos que lá vão!/ Sino da Paixão bate bão bão bão. / Sino de Belém, como soa bem!/ Sino de Belém bate bem bem bem. Observa-se na construção do poema que a repetição de palavras – sino, Paixão, Belém, bem, bem, bem, bão, bão, bão – evoca os sons das badaladas, o balançar dos sinos como uma música nostálgica e mágica. O poema, embora com seus múltiplos significados, é acessível ao público infantil pela forma criativa com que o autor apropria-se dos signos linguísticos.
Em Para querer bem, com bom humor e rigor estético, Bandeira eterniza a felicidade singela e sincera, a alegria dos jogos e brincadeiras, a beleza irretocável de uma estrelinha no céu. Como num passeio à infância, em que tudo ganha mais som e cor, pode-se sentir na boca o sabor das doces lembranças infantis com estes versos que avivam a memória até do leitor mais desatento, e despertam em nós a capacidade de apreciar o que há de simples e bonito na vida. Cloc cloc cloc…/ Saparia no brejo?/ Não, são os quatro cãezinhos policiais bebendo água. A simplicidade com que o poeta canta sentimentos tão complexos e universais torna sua poesia uma experiência literária inesquecível.
Difícil imaginar um poeta que desfrute de maior presença no imaginário brasileiro do que Manuel Bandeira. Sucesso de vendas, sua lírica encanta leitores de todas as idades, graças à sua linguagem direta e sua capacidade para apreender aspectos do cotidiano que costumam passar despercebidos aos olhos da maioria de nós, na correria da vida mas que, versejados pelo habitante de Pasárgada, ganham novos sentidos e preenchem a alma de quem os lê.
Publicado em 1919, Carnaval nos apresenta um Manuel Bandeira polêmico e desafiador, principalmente pelo poema “Os sapos”, que mobilizou as lutas modernistas do início do século XX e se tornou ícone da rebeldia da Semana de 22. E muitos recados subliminares que mudaram profundamente os rumos da poesia brasileira também constam nesta obra.