A diversidade sexual e de gênero, ou simplesmente diversidade sexual, é um termo usado para referir-se de maneira inclusiva a toda a diversidade de sexos, orientações sexuais, identidades e expressões de gênero sem necessidade de especificar cada uma das identidades que compreendem esta pluralidade, o mês de junho é o mês do Orgulho LGBTQIA+, fizemos a seleção dos 10 melhores livros sobre o tema.
Obra pioneira, Além do carnaval examina a realidade social e cultural da homossexualidade masculina no Brasil ao longo do século XX. James Green questiona a visão estereotipada de que a expressão desinibida e licenciosa do comportamento homossexual durante o carnaval comprova a asserção de que a sociedade brasileira tolera a homossexualidade e a bissexualidade na vida cotidiana. Sustentado por ampla pesquisa e sólida erudição, esta obra traz uma contribuição inestimável a uma área negligenciada da história social brasileira.
Políticas públicas LGBT e construção democrática no Brasil é uma obra fundamental para os chamados Estudos LGBT, e auxiliará professores/as, estudantes e pesquisadores/as, além de ativistas e gestores/as interessados/as nas pesquisas sobre Gênero, Sexualidade e Direitos Humanos. Seu diferencial consiste no profundo debate acerca das políticas públicas de direitos humanos voltadas para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais – analisando um caso concreto, notadamente o Centro de Referência LGBT de Pernambuco – em articulação com os recentes debates teóricos sobre a construção democrática e os projetos políticos em vigor no Brasil. Outro ponto forte do livro é a exploração das trajetórias individuais dos membros e ex-membros desse Centro de Referência que valorizam a experiência e revelam o desenvolvimento das políticas públicas LGBT vistas e vividas “de dentro” do Estado. Seus depoimentos revelam desafios e limites, bem como avanços e potências, que produzem reflexões em torno dos direitos humanos, da cidadania, da democracia, da participação social e das lutas pela igualdade e justiça protagonizadas pelo Movimento LGBT brasileiro.
O longo processo de transição política desde a ditadura no Brasil, foi marcado por uma crescente busca de visibilidade e cidadania. Diversos movimentos sociais e organizações da sociedade civil desempenharam um papel fundamental na mudança de regime político e na elaboração da nova Constituição, lutando por liberdades públicas, participação política, justiça econômica e reconhecimento de suas identidades. Desde então, passaram-se 40 anos de lutas e de história. O movimento homossexual tornou-se LGBT. Proliferaram-se os coletivos e grupos organizados, diversificaram- se as identidades, multiplicaram-se as formas de luta, conquistaram-se direitos e reconhecimento, construíram-se políticas públicas, realizaram-se os maiores atos de rua desde as "Diretas Já" com as Paradas do Orgulho LGBT e ocuparam-se as redes sociais e as tecnologias com novos ativismos. O livro "História do Movimento LGBT no Brasil" busca reconstruir alguns temas e momentos privilegiados da história de quatro décadas deste importante ator político do Brasil contemporâneo, atentando para a diversidade de sua composição e de perspectivas no interior do movimento. Pretende-se, assim, contribuir para traçar um panorama interdisciplinar dos 40 anos do movimento LGBT brasileiro.
Um livro jornalístico fantástico, que nos conta uma série de histórias fascinantes e estremecedoras que a maioria dos leitores desconhece. Sem medo de ser feliz, Bruno Bimbirelata, com graça e indignação, os dramas e as batalhas das pessoas LGBT pela aceitação social e a conquista de seus direitos. Sem complacência, mas sem perder a ternura, o livro denuncia com palavras fortes todas as iniciativas homofóbicas, e dá nomes aos bois: dessas denúncias não escapam políticos, pastores evangélicos, setores da imprensa e da opinião pública, artistas e apresentadores de TV - e nem sequer o papa Francisco, que quando era arcebispo de B. Aires foi o principal adversário da luta pelo casamento gay na Argentina, da qual Bruno Bimbi foi um dos líderes. Um livro corajoso, realista – e muito bem escrito – que já mereceu uma página na revista Carta Capital e será resenhado, nos próximos dias, na Veja e na Folha de São Paulo.
Primeiro lugar do ranking mundial de assassinatos de homossexuais, concentrando 44% do total de mortes no mundo, o Brasil é, ao mesmo tempo, o país onde acontece a maior Parada do Orgulho LGBT do mundo. É nesse contexto contraditório que o diretor do Programa de Estudos de Gênero e Sexualidade na Universidade de Miami, Steve Butterman, analisa o fenômeno do evento de afirmação em defesa da diversidade sexual no país, como este é transmitido pela mídia, sua relação com o povo, e contradições, tanto da mídia quanto da organização da Parada. Conduzindo o estudo a partir de uma análise da Parada LGBT entre 1997 e 2011, o professor usa o exemplo de reportagens, desconstruindo as frases e apontando as intencionalidades e os direcionamentos do discurso que tentavam descaracterizar o evento, especialmente nos anos iniciais. Contrário a essa primeira recepção hostil, o movimento cresceu exponencialmente nos anos seguintes, paralelo ao aumento dos casos de violência contra a população LGBT. A oposição desses dois fatos leva Butterman a questionar os resultados do evento, já que, apesar do notável crescimento de público e aceitação ao longo dos anos mesmo em um país machista e conservador, a Parada não tem sido bem sucedida em pautar mudanças sociais que favoreçam a minoria que representa.
"A promessa de um futuro diferente, onde todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos, está por vir. É assim que Patrícia Gorisch termina este belo trabalho, em que traça a trajetória de um segmento da população que sempre foi condenada à invisibilidade, à exclusão social. Coragem e sensibilidade não faltam à autora que examina, com especial habilidade, a Resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU, de junho de 2011, que, pela primeira vez na história, declarou que os direitos LGBT são direitos humanos. Desde 1969, ano em que ocorreu a rebelião no bar americano Stonewall, muito se avançou para que a diversidade sexual e a identidade de gênero sejam tratadas como direitos fundamentais de todos os seres humanos. Mas há muito ainda a ser feito. Basta atentar que há 25 anos as uniões homoafetivas não eram reconhecidas em nenhum país do mundo. Foi a Dinamarca, no ano de 1989, que admitiu a união civil, mas ainda fora do direito das famílias. Há 15 anos os homossexuais não podiam casar. Tal só foi possível a partir de 2000, na Holanda. No Brasil, os marcos temporais são outros. Data do ano de 2000, a primeira decisão judicial admitindo a união entre pessoas do mesmo sexo como uma entidade familiar. Somente em 2011 o Supremo Tribunal Federal reconheceu a união homoafetiva como união estável, com os mesmos direitos e obrigações da união heteroafetiva.
O Brasil fora do armário: diversidade sexual, gênero e lutas sociais contribui para a reflexão, sob perspectiva marxista, sobre os principais desafios enfrentados pelas mulheres e LGBT+s, suas principais conquistas e projetos de futuro no que se refere à construção e efetivação da igualdade de direitos. Os autores partem da recuperação histórica sobre sexualidade e gênero no mundo e no Brasil para, na sequência, situar, pela perspectiva dos movimentos sociais, alguns elementos centrais da luta. Com esta panorâmica, é possível perceber os diversos caminhos para o reconhecimento destas pautas pelo conjunto dos brasileiros interessados no fim das desigualdades, superando o identitarismo e também o preconceito em relação ao que se denomina pauta identitária. Uma obra fundamental para qualificar o debate sobre gênero e sexualidade na luta geral pela emancipação humana, voltada para mulheres e LGBT+s, pesquisadores, militantes populares, estudantes, professores, e sociedade brasileira de forma geral.
Eu, travesti é a biografia da travesti e ativista Luísa Marilac, coescrita com Nana Queiroz, autora de Presos que menstruam. Luísa Marilac nasceu em Minas Gerais e assumiu-se travesti aos 17 anos. Além dos tradicionais traumas associados à transição de gênero em uma família conservadora e de classe baixa, foi abusada sexualmente na infância, levou sete facadas aos 16 anos, foi vítima de tráfico sexual na Europa antes dos 20 anos, prostituiu-se, foi estuprada e presa mais de uma vez. Resiliente, reergueu-se, reinventou-se, viveu grandes amores e grandes decepções, acolheu travestis como filhas e amigas, perdeu tantas outras para as drogas, a aids, a brutal violência de gênero, a cafetinagem, e reconstruiu a vida mais de uma vez.Em Eu, travesti, Luísa Marilac relata episódios cômicos e trágicos, relações polêmicas e encontros que mudaram sua vida. Alçou-se à fama depois que viralizou no YouTube um vídeo seu com o bordão “E disseram que eu estava na pior”, mas logo descobriria que a celebridade instantânea não traz apenas coisas boas.Em um país onde muitas travestis têm a prostituição como único meio de ganhar a vida e não chegam a completar 40 anos, Luísa Marilac conta sua história, repleta de episódios de dor, traição e perda, mas também de superação, força e transformação de sofrimento em energia para lutar pela mudança do mundo para mulheres que nascem como ela - com um “pedaço de picanha entre as pernas”, como costuma brincar. Ativista das travestis, trabalha para combater o preconceito com humor e diálogo franco - seu canal no YouTube, principal forma de comunicação com seu público, possui mais de 80 mil inscritos.Com a premiada jornalista e autora Nana Queiroz, Eu, travesti constrói um relato a quatro mãos, visceral e poético, sobre a trajetória de Marilac, dedicado “a todas as travestis que nunca viveram para contar suas histórias”.
O livro reúne um conjunto diverso de estudos sobre diversidade sexual e de gênero, com uma seleção abrangente e inédita de trabalhos que marcam o conhecimento que se produziu sobre gênero e sexualidade nos últimos 20 anos nas ciências humanas, incluindo saúde coletiva, ciências sociais, direito, educação, psicologia e serviços sociais. Diante dos enfrentamentos colocados pelo cenário atual, os textos convidam à releitura das primeiras duas décadas deste século e apresentam uma abordagem acessível de temas que atingiram grande refinamento conceitual e analítico. Organização Regina Facchini é pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu e professora dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Sociais e em Antropologia Social da Unicamp. Isadora Lins França é pesquisadora do Núcleo de Estudos de Gênero Pagu e professora Departamento de Antropologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.
O livro mais completo sobre a história da homossexualidade brasileira está de volta. Num frutífero diálogo com diversos campos de conhecimento e expressões de nossa cultura — cinema, teatro, política, história, medicina, psicologia, direito, literatura, artes plásticas etc. —, João Silvério Trevisan realiza um estudo pioneiro sobre a homoafetividade no Brasil. Considerado uma referência, Devassos no Paraíso atravessou gerações, provocou intensa interlocução com a comunidade LGBT e influenciou desde ações emancipatórias até pesquisas sobre gênero e sexualidade. Agora, esse monumental trabalho chega à sua quarta edição trazendo novos capítulos, imagens e texto atualizado sobre as lutas e conquistas dos direitos LGBT ocorridas no século XXI. "Devassos no Paraíso é, ao mesmo tempo, sério, informativo e divertido." — Peter Burton, Gay Times