Livros considerados leituras obrigatórias muitas vezes alcançam esse status devido à sua capacidade única de capturar, refletir e influenciar os pensamentos, sentimentos e transformações de gerações. Eles não são apenas produtos de seu tempo, mas se tornam atemporais, mantendo relevância e ressonância mesmo em eras e contextos diferentes de sua origem. Seja através da maestria literária, da profundidade filosófica ou do comentário social agudo, esses livros oferecem insights e perspectivas que desafiam, educam e enriquecem seus leitores. Para estudantes, podem ser introduções a ideias complexas e a diferentes estilos literários; para o leitor casual, uma oportunidade de mergulho em mundos e ideias que expandem horizontes. As leituras obrigatórias são obras que independentemente de quando foram escritas ou do contexto em que surgiram, continuam a dialogar com as questões centrais da existência humana, provocando reflexão, debate e transformação pessoal. Selecionamos 10 livros que ultrapassaram o tempo e permaneceram relevantes nos dias atuais. De autores nacionais aos internacionais, da poesia, ao romance, passando pelo infantil. Selecionamos apenas 10, e cometemos inúmeras injustiças, em um universo com inúmeras possibilidades de grandes clássicos da literatura mas a satisfação é garantida. Veja a seleção dos nossos editores!
Com este livro, em 1881, Machado de Assis inaugura o Realismo no Brasil. A autobiografia de Brás Cubas começa quando morre o homem e nasce um autor. O filho de uma família da alta sociedade é um narrador-personagem que constantemente comenta a própria obra e provoca o leitor ao se dirigir diretamente a ele, relatando uma vida sem realizações e fadada ao vazio existencial. Brás Cubas pinta o pessimismo, a ironia e a indiferença da sociedade burguesa carioca de então. Seria a busca por esse retrato social que, a partir daí, guiaria os autores do fim do Segundo Império e influenciaria toda a literatura nacional. A essa trajetória, Machado empresta o domínio da narrativa. Suas inovações literárias afastam-no de qualquer autor de sua época, alçando-o ao patamar de mestres da literatura universal, como James Joyce e William Shakespeare, e ao posto de maior expoente das letras brasileiras.
Publicada originalmente em 1949, a distopia futurista 1984 é um dos romances mais influentes do século XX, um inquestionável clássico moderno. Lançada poucos meses antes da morte do autor, é uma obra magistral que ainda se impõe como uma poderosa reflexão ficcional sobre a essência nefasta de qualquer forma de poder totalitário. Winston, herói de 1984, último romance de George Orwell, vive aprisionado na engrenagem totalitária de uma sociedade completamente dominada pelo Estado, onde tudo é feito coletivamente, mas cada qual vive sozinho. Ninguém escapa à vigilância do Grande Irmão, a mais famosa personificação literária de um poder cínico e cruel ao infinito, além de vazio de sentido histórico. De fato, a ideologia do Partido dominante em Oceânia não visa nada de coisa alguma para ninguém, no presente ou no futuro. O'Brien, hierarca do Partido, é quem explica a Winston que "só nos interessa o poder em si. Nem riqueza, nem luxo, nem vida longa, nem felicidade: só o poder pelo poder, poder puro". Quando foi publicada em 1949, essa assustadora distopia datada de forma arbitrária num futuro perigosamente próximo logo experimentaria um imenso sucesso de público. Seus principais ingredientes - um homem sozinho desafiando uma tremenda ditadura; sexo furtivo e libertador; horrores letais - atraíram leitores de todas as idades, à esquerda e à direita do espectro político, com maior ou menor grau de instrução. À parte isso, a escrita translúcida de George Orwell, os personagens fortes, traçados a carvão por um vigoroso desenhista de personalidades, a trama seca e crua e o tom de sátira sombria garantiram a entrada precoce de 1984 no restrito panteão dos grandes clássicos modernos. Algumas das ideias centrais do livro dão muito o que pensar até hoje, como a contraditória Novafala imposta pelo Partido para renomear as coisas, as instituições e o próprio mundo, manipulando ao infinito a realidade. Afinal, quem não conhece hoje em dia "ministérios da defesa" dedicados a promover ataques bélicos a outros países, da mesma forma que, no livro de Orwell, o "Ministério do Amor" é o local onde Winston será submetido às mais bárbaras torturas nas mãos de seu suposto amigo O'Brien. Muitos leram 1984 como uma crítica devastadora aos belicosos totalitarismos nazifascistas da Europa, de cujos terríveis crimes o mundo ainda tentava se recuperar quando o livro veio a lume.
Um clássico da literatura mundial, esta obra é uma poderosa denúncia a todos os tipos de injustiça humana. Narra a emocionante história de Jean Valjean ― o homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão. Os miseráveis é um livro inquietantemente religioso e político, com uma das narrativas mais envolventes já criadas.
Um clássico moderno, o romance distópico de Aldous Huxley é incontornável para quem procura um dos exemplos mais marcantes da tematização de estados autoritários, ao lado de 1984, de George Orwell. Ele mostra uma sociedade inteiramente organizada segundo princípios científicos, na qual a mera menção das antiquadas palavras “pai” e “mãe” produzem repugnância. Um mundo de pessoas programadas em laboratório, e adestradas para cumprir seu papel numa sociedade de castas biologicamente definidas já no nascimento. Um mundo no qual a literatura, a música e o cinema só têm a função de solidificar o espírito de conformismo. Um universo que louva o avanço da técnica, a linha de montagem, a produção em série, a uniformidade, e que idolatra Henry Ford. Essa é a visão desenvolvida no clarividente romance Huxley. Ao lado de 1984, que criticava acidamente os governos totalitários de esquerda e de direita, o terror do stalinismo e a barbárie do nazifascismo, em Huxley o objeto é a sociedade capitalista, industrial e tecnológica, na qual a racionalidade se tornou a nova religião, a ciência é o novo ídolo, um mundo no qual a experiência do sujeito não parece mais fazer nenhum sentido, e no qual a obra de Shakespeare adquire tons revolucionários. Entretanto, o moderno clássico de Huxley não é um mero exercício de futurismo ou de ficção científica. Trata-se, o que é mais grave, de um olhar agudo acerca das potencialidades autoritárias do próprio mundo em que vivemos. Como um alerta de que, ao não se preservarem os valores da civilização humanista, o que nos aguarda não é o róseo paraíso iluminista da liberdade, mas os grilhões de um admirável mundo novo.
Os fragmentos que compõem esta complexa obra representam a inquietude, os sentimentos, as dúvidas e o amplo conhecimento de mundo daquele que segurava a caneta para escrever tão profundas palavras e ao fim assinar sob o heterônimo de Bernardo Soares. Escrita em forma de diário, Livro do Desassossego é a obra de Fernando Pessoa que mais se assemelha a um romance, revelando os mais íntimos pensamentos e impressões do autor.
Um avião pousado no deserto com o motor avariado, um piloto com uma pequena quantidade de água, muito calor durante o dia e frio durante a noite. Neste cenário nada promissor, o Pequeno Príncipe chega para fazer companhia ao solitário piloto. O menino narra suas aventuras até chegar ali na Terra, fazendo reflexões sobre a essência humana e os reais valores da vida. O consagrado poeta Mario Quintana, traduziu com beleza e sensibilidade o clássico poema em prosa do autor-aviador Antoine de Saint Exupéry. "Quintana não apenas 'traduziu' 'O Pequeno Príncipe' com as qualidades de estilo do autor; soube torná-lo tão brasileiro quanto possível. Também o tornou tão 'pessoal' quanto lhe permitia a obra" (ARMINDO TREVISAN - Teólogo, poeta, crítico de arte e ensaísta).
O "Auto da Compadecida" consegue o equilíbrio perfeito entre a tradição popular e a elaboração literária ao recriar para o teatro episódios registrados na tradição popular do cordel. É uma peça teatral em forma de Auto em 3 atos, escrita em 1955 pelo autor paraibano Ariano Suassuna. Sendo um drama do Nordeste brasileiro, mescla elementos como a tradição da literatura de cordel, a comédia, traços do barroco católico brasileiro e, ainda, cultura popular e tradições religiosas. Apresenta na escrita traços de linguagem oral [demonstrando, na fala do personagem, sua classe social] e apresenta também regionalismos relativos ao Nordeste. Esta peça projetou Suassuna em todo o país e foi considerada, em 1962, por Sábato Magaldi "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro".
Sherlock Holmes é um detetive britânico enigmático e pedante do final do século XIX e início do século XX. Ele utiliza a metodologia científica e a lógica dedutiva para solucionar seus casos e conta com a ajuda de seu fiel amigo e parceiro dr. Watson. Observação, perspicácia e um pouco de intuição são alguns dos instrumentos usados por Sherlock Holmes para desvendar os seis curiosos casos reunidos nesta obra e narrados pelo atento doutor Watson.
Marco definitivo da literatura de divulgação científica, Uma breve história do tempo é relançado em edição revista e atualizada. Uma das mentes mais geniais do mundo moderno, Stephen Hawking guia o leitor na busca por respostas a algumas das maiores dúvidas da humanidade: Qual a origem do universo? Ele é infinito? E o tempo? Sempre existiu, ou houve um começo e haverá um fim? Existem outras dimensões além das três espaciais? E o que vai acontecer quando tudo terminar? Com ilustrações criativas e texto lúcido e bem-humorado, Hawking desvenda desde os mistérios da física de partículas até a dinâmica que movimenta centenas de milhões de galáxias por todo o universo. Para o iniciado, Uma breve história do tempo é uma bela representação de conceitos complexos; para o leigo, é um vislumbre dos segredos mais profundos da criação. - Lançado originalmente em 1988, Uma breve história do tempo vendeu mais de 10 milhões de exemplares em todo o mundo e ficou 237 semanas na lista de mais vendidos do Sunday Times. - Em 22 de janeiro chega aos cinemas o filme A Teoria de Tudo, baseado na vida do físico e autor Stephen Hawking. “Bem-humorado e extremamente didático, Stephen Hawking demonstra os talentos de um grande professor ao usar o cotidiano para ilustrar teorias extremamente complexas.” The New York Times “Mesmo preso à cadeira de rodas, Stephen Hawking viaja com sua mente por toda a vastidão do espaço e do tempo e desvenda os segredos do universo.” Time “Uma breve história do tempo é a união do entusiasmo de uma criança ao intelecto de um gênio.” The Sunday Times
A obra criada por miguel de cervantes e considerada por muitos especialistas como a narrativa de ficção mais importante de todos os tempos. Esta publicação da pé da letra oferece ao leitor a oportunidade de entrar em contato com a engenhosidade de uma obra-prima da literatura universal. Por meio de uma linguagem acessível, e possível acompanhar, ao lado dos eternos dom quixote e sancho panca, algumas das aventuras mais famosas.